E se os homens e mulheres que parecem perceber do mundo, afinal estiverem equivocados quanto às suas percepções do real? Lá por se usar gravata…
Um animal de gravata não deixa de seguir os seus instintos primitivos. Segue-os até de forma mais cega por sentir que lhe estão a apertar o pescoço. Um inimigo invisível, de cor a combinar com o resto da indumentária, escolhido para a ocasião, e atado por um criativo nó à parte do corpo que une a cabeça ao resto. Nó a tentar impedir a contaminação do racional pelos pecados do corpo, que ainda nos serve porque temos de ir ao super-mercado ou à casa de banho. Os senhores de gravata parecem-me racionais, mas não muito sábios. Deixar às mulheres a governação desta globalização antes que alguém se lembre de lhes meter uma gravata a atar a goela.